Essa cidadezinha localizada praticamente no centro da ilha é considerada o reduto cultural de Bali. E é nela que comecei minha jornada rumo a uma surpreendente imersão nos costumes de um povo abençoado por mil deuses.

A minha aventura começa com um passeio de bicicleta pelo arredores de Ubud. Pequenas vilas margeiam a cidade e revelam a simplicidade da vida de cada morador da região. A cada metro pedalado sentimos a importância da religião na vida das pessoas. Se Bali é a terra dos mil deuses, é fácil imaginar que ela poderia facilmente ser designada também como a terra dos milhares de templos. Além dos templos compartilhados por todos os habitantes da ilha, cada comunidade tem o seu, além daquele presente em cada comuna familiar. Eu visitei uma comuna constituída de três casas e o seu pequeno templo. Durante nossa visita, a matriarca preparava as oferendas que são depositadas todas as manhãs nas entradas das casas, nas calçadas, no painel dos carros. O arroz, além ser o alimento principal da dieta hindu, é muito utilizado nos rituais. Não se surpreenda ao se deparar com arroz pregado na testa das pessoas, eles significam benção por uma vida longa.

E por falar em arroz, encontrei vários terraços de arroz durante o percurso, que faz parte da cultura local, do plantio à colheita.
Esses terraços são verdadeiras obras de arte, sendo os terraços de Jatiluwih na província Tabanan o protagonista da exibição. O Jatiluwih foi nomeadopatrimônio mundial pela UNESCO.
No segundo dia em Ubud visitei a Floresta dos macacos. Considerado um lugar sagrado pelos Hindus, os macacos passeiam livremente entre os turistas desconfiados. Na porta da Floresta, bananas são vendidas para oferecer aos macacos, mas não se engane, eles não vão te pedir por e elas educadamente. Eu, na minha inocência, comprei uma penca de banana e sai feliz e fagueira na intenção de alimentar os fofos macaquinhos. Alguns passos depois fui cercada por vários macacos famintos que de repente pareciam maiores e não tão fofos. Eu, literalmente, joguei
as bananas no chão e corri (confesso que devo ter gritado também). E por fim, um macaco pulou em cima de mim e tentou abrir minha bolsa quando eu já me encaminhava para saída… logo agora qe eu já estava fazendo amizade com eles denovo. Mas nada que tirasse a beleza e a peculiaridade do lugar. Vale a pena a visita, mas vá preparado.
Nesse mesmo dia, também assisti a uma apresentação de dança local com participação de adultos e crianças que acontece todos os dias no Templo Puri Sharon. É possível assistir ao espetáculo durante o jantar e o Cafe Lotus oferece uma visão privilegiada do palco, contudo você deve fazer reservas com algumas horas de antecedência.
Por fim, pude conhecer um pouco mais do dia a dia das mulheres Balinesas ao participar de uma aula de culinária local. As mulheres acordam cedo todos os dias para comprar alimentos frescos no mercadão no centro de Ubud. Elas preparam diariamentea comida que será consumida durante o dia e somente cozinham pela manhã. A comida fica exposta e os membros da família comem sempre quando sentem fome, diferentemente dos nossos costumes, eles não têm horários fixos para fazerem as refeições principais. No nosso caso: café da manhã, almoço e jantar. Após o alvoroço matinal, o mercadão se transforma em uma enorme feira de bugingangas tentando atrair todo tipo de turista. Preparamos pratos típicos utilizando produtos locais (muitos ingredientes que provavelmente terão que ser substituídos). Tudo é feito manualmente, sem a utilização dos aparelhos eletrodomésticos que facilitam tanto a nossa vida. Nada de liquidificador ou batedeira. Tudo que precisa ser frito vai mergulhado em generosas quantidades de oleo de coco. Uma informação importante, o Balines adora pimenta e se eles falarem que o ardido da comida está no nível médio, fuja. Você não vai aguentar comer. Eu, que não consigo comer pimenta, quase morri no nível very easy (sem pimenta…para eles).Tenho medo de pensar como seria o nível de dificuldade dez.

Sabendo disso, nossa professora economizou na pimenta, e o prato ficou perfeito. A melhor comida que eu comi em Bali. Na verdade, foi a única vez que eu realmente consegui comer um prato típico.
Preparamos gado gado, um prato de vegetais com um delicioso molho de amendoim, Satay de frango (parece um churrasquinho), acompanhado de arroz e salada.

Se você já foi a Salvador, pediu acarajé quente e conseguiu comer, você está apto para experimentar alguns s pratos típicos Balinese. O protagonista do Babi Guling é a carne de porco, servido diariamente no restaurante Ibu Oka. O pato defumado pode ser degustado no Bebek Bengil. Ambos estão localizados no centro da cidade. Boa sorte!
Outra iguaria interessante que você deve experimentar é o café Luwak. Se você ainda não ouviu falar dele prepare-se: os grãos de café são recolhidos das fezes de um animal que vive na Indonesia, o Luwak (mamífero, que para mim, tem a aparência de um gato). Depois disso, os grão são lavados, secados e torrados. É considerado o café mais caro do mundo, mas não se preocupe, é comum eles te oferecem uma pequena degustação. Dizem que o gosto é diferenciado devido as enzimas no aparelho digestivo do tal gato. Como meu paladar não é tão sofisticado, não vi diferença nenhuma rsrsrrs.
Se você quiser mais informações sobre Ubud: onde ficar, preços, agencias de turismo locais, escola de culinária, deixe um comentário.
Mini galeria de fotos:
Esse lugar lindo parece ter uma paz e um encanto especiais!!! Quero ver mais!
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