Capital da República Popular da China desde do século XV, Beijing é o centro político, cultural e educacional do país mais populoso do mundo. No coração da cidade, uma outra cidade, proibida para todos que não eram ligados ao imperador, foi construída entre os anos de 1402 e 1420. A partir da Dinastia Ming a Cidade Proibida serviu de residência para o imperador, sua família e empregados especiais, únicos com permissão de adentrar os portões que circundam a região do palácio. Pessoas
não autorizadas eram sumariamente executadas caso tentassem entrar na Cidade Proibida. Atualmente, a cidade é considerada patrimônio mundial da humanidade pela UNESCO. Infelizmente, a Cidade Proibida estava fechada ao público nos meus dias em Pequim devido a visita de algum chefe de estado. As ruas estavam bloqueadas e o acesso a maioria dos prédios da região central restrito. Faço dessa uma desculpa para retornar. Como se eu precisasse de pretexto…
Beijing é uma cidade grande, a segunda mais populosa da China (perdendo somente para Xangai) e é extremamente organizada. Achei as ruas bem limpas, levando-se em consideração a quantidade de pessoas que circulam por elas todos os dias. A malha do metrô é bem abrangente e com informações tanto em inglês como em chinês. Um lugar que eu definitivamente conseguiria morar e me sentir praticamente em casa, afinal de contas, eu tenho uma queda pelas capitais.
A coisa mais disputada em Pequim, contudo, passa longe dos belos monumentos. Tanto turistas estrangeiros como chineses querem mesmo é saborear o famoso pato assado servido desde a época imperial. Conhecido também como pato de Pequim, ele vem servido junto com uma espécie de pão e molho agridoce. A pele fininha e crocante apraz até os paladares mais refinados. E para terminar, eles te entregam todos os ossos, que é para não sobrar nada mesmo.
E por falar em comida, mas não tão disputada assim, os espetinhos de escorpião, estrela do mar, aranha e quase todo animal exótico que você puder pensar podem ser degustados na famosa Wangfujing snack street. Talvez eu tenha me expressado mal, deixe-me corrigir. A comida não é muito disputada (eu não vi ninguém devorando avidamente um espetinho de pupa de inseto), mas a ruazinha onde se vendem essas iguarias está sempre lotada. Curiosos de todas as idades e países se aglomeram para tirar fotos dos churrasquinho exóticos expostos em quase todas as barraquinhas. Mais que uma curiosa, eu decidi me arriscar e experimentar alguma guloseima irresistível. Depois de me decidir sobre o que iria comer, fechei o olho e mandei brasa. Até que escorpiões fritinhos não são tão ruins. Têm gostinho de chips. Mas venhamos e convenhamos, nossos hábitos nos pregam peças. Degustamos camarões inteiros sem nenhuma cara de nojinho (ainda achamos chique). O camarão não é o bicho mais bonito do planeta e pensando bem, no espeto com casca e tudo parece tão repulsivo quanto o escorpião.
Tirei um dia inteiro da minha estadia para conhecer o ponto mais famoso de toda China e também patrimônio mundial da humanidade pela UNESCO (já está quase virando rotina, esse é o terceiro esse ano). Nos arredores de Beijing, eis que surge imponente, a Grande Muralha. Para defender o território de invasões, a Muralha da China foi construída durante várias dinastias (terminada, mais uma vez, na Dinastia Ming) e consiste de vários pedaços que ao todo somam entre 6 e 8 mil quilômetros de extensão. A “obra” durou mais de um milênio e contabilizou milhares de vidas na luta contra condições precárias, fome e frio.

Depois do passeio por degraus irregulares, caminhos íngremes e panturrilhas em frangalhos, deixamos a muralha em direção a uma de um total de 13 tumbas de imperadores, chamada de Dingling. Ali estavam enterrados um imperador, sua esposa e uma concubina, além de duas imperatrizes e seus tesouros, no que é conhecido como o palácio subterrâneo. Todos sabiam onde ficava a tumba, mas ninguém sabia onde ficava a entrada para o palácio e onde muitas riquezas estavam enterradas. Um segredo guardado a sete chaves para evitar saqueadores. E como os imperadores conseguiam manter o segredo? As tumbas eram construções exuberantes que necessitavam de grande mão de obra para ser finalizada. Como esperar o silêncio e a lealdade de tantos trabalhadores? Todos eles eram executados ou enterrados vivos no próprio local depois que a construção tinha sido finalizada. O segredo estava a salvo. Mais cedo ou mais tarde a entrada secreta seria descoberta, e o palácio subterrâneo saqueado. Felizmente, os mausoléus lacrados em 1620 permaneceram intactos e seus tesouros preservados. Hoje vemos somente réplicas e os originais estão em posse do governo e em museus espalhados pela cidade.
Fascinante!!!!
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Adoro Beijing :-), e tenho certeza que vai adorar a Cidade Proibida da próxima vez, aconselho também o templo de céu 🙂
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Adorei as informações
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Obrigada. Espero que eu possa trazer mais informações úteis.
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