
E a história da ciência se repete. O primeiro Pulsar foi descoberto por acaso em 1967 por um grupo de pesquisadores liderado pelo professor Antony Hewish. A pesquisadora Jocelyn Bell percebeu pulsos de radiação periódicos, na faixa de rádio, de pouco mais de 1 segundo enquanto estudava o meio interestelar. Na época, cogitou-se que esses sinais poderiam estar sendo enviados por civilizações extra-terrestres. Mais tarde, quando a hipótese de que o sinal estava sendo enviado por “pequenos homens verdes” (assim que esses pulsos eram chamados) não se confirmou, o objeto até então não identificado passou a ser chamado de Pulsar. Mas o que é um Pulsar? Para responder a essa pergunta, primeiro temos que entender o que é uma estrela de neutrons.
A evolução de uma estrela supermassiva termina de maneira catastrófica com uma imensa explosão na qual a maior parte sua massa é ejetada. Estrelas com massa inicial entre 8 e 20 vezes a massa do Sol se transformam em estrelas de Nêutrons. Estrelas mais massivas sofrem um último colapso e dão origem a um buraco negro estelar. As estrelas de nêutrons são remanescentes de uma explosão no fim da vida de uma estrela, e possuem diâmetro de aproximadamente 20 quilômetros e 1,4 vezes massa Solar. Isso quer dizer que são corpos extremamente densos, de forma que prótons e elétrons se combinam para formar nêutrons, o principal componente dessas estrelas. Previstas por Walter Baade e Fritz Zwicky (o mesmo que previu a existência da matéria escura) em 1934, essas estrelas deveriam ser muito densas, muito pequenas, possuir intensos campos magnéticos, e girar rapidamente. Atualmente sabe-se que é exatamente o que acontece. Constatou-se então, no finalzinho da década de sessenta, que os pulsares tinham as mesmas características das estrelas previstas por Baade e Zwicky, comprovando a existência das estrelas de neutrons e finalmente concluindo que elas eram os pulsares descobertos em 1967.

A pulsação vista está associada a rotação da estrela de nêutrons. Devido a essa rotação, o forte campo magnético induz um intenso campo elétrico que literalmente arranca partículas carregadas da superfície da estrela, principalmente aquelas próximas aos pólos. Partículas carregas quando aceleradas emitem radiação, e os fótons se movimentam na mesma direção dessas partículas. O que observamos são feixes de luz saindo da estrela de nêutrons ao longo dos pólos, que nos da a impressão (observadores da Terra) que a estrela está pulsando, apesar da radiação estar sendo emitida de forma contínua. Em algumas estrelas de neutrons o feixe de luz não é detectado, abrindo duas possibilidades: ou ele é muito fraco para ser percebido pelos instrumentos na Terra ou de alguma forma ele cessou.
Mesmo tendo sido descobertos como fontes de rádio, os Pulsares já foram observados em outras faixas do espectro eletromagnético: no visível, raios-x e raios gamma. Mais de mil Pulsares já foram detectados até hoje e a expectativa ide que esse número aumente ainda mais nos próximos anos. O Pulsar próximo a região central da nebulosa do Caranguejo é um famoso exemplo. As pesquisas continuam e os enigmas por trás das estrelas de neutrons vão aos poucos sendo desvendados por astrônomos de todo o mundo.
Super interessante!!!
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Maravilha Larissa ! Estou feliz em aprender através do seu blog.
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Obrigada!
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Descobertas fantásticas Larissa! Estou feliz em aprender através de você !
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