Ao olharmos para céu em uma noite sem Lua, alguma vez já nos deparamos com pontinhos brilhantes a cruzar o firmamento, como pequenas estrelas caindo em nossa direção. Acompanhadas sempre de um pedido, felizmente as estrelas cadentes não são estrelas caindo sob nossas cabeças, caso contrário não estaríamos mais aqui para observá-las.

Por muito tempo, acreditou-se que o planeta Terra, decadente e efêmero, representava mudanças, enquanto o paraíso imutável era perfeito e eterno. Essa visão do mundo, baseada na teoria de Aristoteles, na qual os fenômenos naturais aconteciam somente no mundo sublunar, perpetuou por muitos anos a crença de que as estrelas cadentes eram fenômenos atmosféricos, como os relâmpagos. Atualmente sabe-se que pequenos fragmentos vindos do espaço atingem a Terra, penetrando em nossa atmosfera. Enquanto vagueiam pelo espaço, esses fragmentos de matéria são chamados de meteoróides, e derivam de outros corpos celestes, como cometas e asteroides.
Quando os meteoróides são capturados pelo campo gravitacional da Terra e penetram na nossa atmosfera passam a se chamar meteoros. Observamos da superfície um rápido rastro luminoso no céu, resultado da incandescência desses fragmentos extraterrestres devido ao atrito com o ar, e são popularmente conhecidos como estrelas cadentes. A maioria dos meteoros possuem dimensões muitos pequenas (comparáveis a um grão de arroz), sendo completamente destruídos (literalmente queimados) antes mesmo de atingirem a superfície da Terra. A chuva de meteoros acontece quando a quantidade visível desses fragmentos na atmosfera aumenta consideravelmente em um curto intervalo de tempo, ao atravessarmos, por exemplo, a órbita de um cometa. Esse fenômeno é previsto pelos astrônomos, o que nos possibilita saber os dias do ano nos quais seremos bombardeados pelos restos desprendidos desse corpo celeste. É só preparar o binóculo e apreciar.

Alguns meteoros, contudo sobrevivem a passagem pela atmosfera e colidem contra a superfície, sendo chamados então de meteoritos. Estima-se que mais de 10.000 meteoritos maiores que 10 gramas atinjam a Terra por ano. O maior meteorito do mundo foi descoberto em 1920 na Namíbia. O Meteorito Hoba, como foi nomeado, pesa cerca de 66 toneladas. Contudo, impactos causados por grandes asteróides são menos frequentes, acontecendo em média uma vez a cada um milhão de anos para objetos com mais de 1 quilômetro de extensão. Grandes asteroides podem ser perigosos ao chocar-se com a Terra, abrindo buracos enormes na superfície. A cratera de Chicxulub encontrada na Península do Yucatão, no México, possui 180 quilômetros de diâmetro e 20 quilômetros de profundidade. Devido a força do impacto, acredita-se que o objeto que atingiu a Terra deveria ter mais de 10 quilômetros de diâmetro. Uma das hipóteses para extinção dos dinossauros é de que o impacto desse objeto há 65 milhões de anos causou uma nuvem de poeira suficientemente densa para mudar o clima do planeta e causar o desaparecimento das muitas formas de vida que ocupavam a Terra. Felizmente eventos como esses são ainda mais raros, ocorrendo em média 1 vez a cada 100 milhões de anos. Com sorte, ainda temos uns 30 milhões de anos pela frente…

Muito bom!!!
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