Da janela do carro, vislumbrávamos o pôr do Sol que deixava seu rastro alaranjado nos prédios. Isfahan surgia como um oásis no meio do deserto. A terceira maior cidade do país é reconhecida pelo enorme fluxo de turistas que todos anos se aglomeram na praça Naghsh-e Jahan para desfrutar o que o lugar tem de melhor. Não é a toa que ela é considerada um patrimônio da humanidade pela UNESCO. Chegamos já no cair da noite, e iluminada pelas luzes dos postes, a praça, considerada uma das maiores do mundo, nos faz suspirar. Rodeada por duas mesquitas, um palácio e um bazar, Naghsh-e Jahan é atrativo certo para os picnics Iranianos. Dezenas de pessoas sentadas na grama do belo jardim central desfrutam de suas xícaras de chá: toda hora é hora, e todo lugar é lugar. O bazar, na verdade, o Grande Bazar de Isfahan, mais uma vez te convida às compras. Como não decretar falência no Irã? Por todos os lados que se olhe, peças tradicionais em metal e porcelana adornam vitrines cintilantes. E é com esse brilho refletido no olhar que voltamos para o hotel.
O Sol, sem dar tréguas, fumegava sobre nossas cabeças. Não é surpresa que o maior rio da região central do Irã, o Zayandeh, tinha evaporado por completo, deixando para traz somente seu rastro esturricado e as muitas pontes construídas para atravessá-lo em tempos de fartura. Dentre elas, a ponte conhecida carinhosamente como Si-o-Seh Pol (Ponte Trinta e Três), devido ao seus 33 arcos, é a maior de Isfahan com 295 metros de comprimento. A ponte Khaju, de quase 400 anos, é a mais antiga e a mais bela. Longe de ser somente uma estrada sobre o rio, Khaju foi destinada para ser ponto de encontro entre os habitantes ainda na Isfahan do século XVII. A atração principal fica por conta da melhor arquitetura Persa distribuída em 132 metros de comprimento. Os pavilhões centrais ainda abrigam de tempos em tempos exposições de arte e, claro, casas de chá.
Isfahan tão bela e tão breve. Tínhamos pouco tempo disponível, mas aproveitamos ao máximo. A cidade em feriado, dormia. Nós, acordados, arregalávamos ainda mais os olhos para ver além dos portões fechados. Já era dia da partida, e de carro seguíamos para Eghlid. No caminho para essa pequena vila, encontrei um meio de transporte inusitado (mas nem tanto). Talvez, de camelo fosse demorar demais, o tempo corria, tínhamos que nos aprontar para um casamento!
Fascinante!!!
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